segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Coxipo.

Coxipo.

Tchoveu, tchoveu
O Coxipo entcheu
Vai da pexe pa xuxu
De Pintado a Pacu

Tchoveu, tchoveu,
O Coxipo entcheu.
Vu come pexe pa xuxu
Preparado com maxixe.

Tchoveu, tchoveu
O Coxipo entcheu,
Vu pegar um casetero,
Na minha vara de bambu!

Há bons tempos passados
Nos ribeirinhos do rio Coxipo,
Aguardava a cheia do rio Cuiabá
Cantando esta cantiga
E comendo peixe sem dó!

Lambari, Pêra, Pacu ate Pintado,
Grandes ou pequenos Dourados,
Saiam do Cuiabá e subiam
O Coxipo e os alagados.
Para a alegria e sustento
De muitos afortunados!

Hoje também sobem,
Mas me parece
Que mudaram de figura
E ficam encalhados
A qualquer altura!
Eles vêem em forma de
Sacos e garrafas plásticas,
Pneu sofá e ate geladeira.
Peixe? Tem também uns de bobeira,
Bagres cegos, Botoado e Txum txum,
Só bicho que gosta de sujeira!

E aaah! xeu mano tem dó
Porque tão sujando tanto o rio
Com esgoto ate coisa pió
E dele que eu tiro com sacrifício
O sustento de minha família;
E o alimento pro meu fio!!!

Hoje a cantiga é diferente
Tem que se ter dó é da gente
Comer peixe bom, Pintado, Pacu ah!
Isso só com muita grana,
Em algum restaurante de bacana;
Pescado no Coxipo!
Só se for bagre de fio fó!!!

Gil Cuiabá

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