quarta-feira, 28 de julho de 2010

Seu Lelo...Meu pai

Seu Lelo...Meu pai

Relembrar é nunca se sentir só,
Boas lembranças eu tenho
Dos colegas que fiz no Britão
Da querida Itaberaba, S.P... Freguesia do Ó!


Ver hoje garotos, garotas todos uniformizados a caminho das aulas,
Leva-me a relembrar da minha infância, da minha escola,
Lugar onde tiro muitos fatos que tive na minha historia;
Do primário ao ginásio eu estudei no Grupo Escolar prof. Joaquim Luis de Brito;
De onde eu tenho boas lembranças, que guardo na minha memória.
Hoje fico pensando e a fazer conjecturas se as lições que ali eu aprendi formaram o meu caráter,
E chego à conclusão que foram fundamentais, assim como as passadas pelos meus pais.
Desde criança sinto a carência de ter amigos, gosto de ser popular de participar de varias comunidades e tribos.
Voltando a minha escola e as lições de meus pais,
Lembro-me de um episodio em que meu pai corrigiu uma falha de caráter na minha infância, antes dele virar constância!
Todo dia levantava cedo para ir à escola, e quase sempre a estas horas,
Meu pai ainda estava a dormir;
Como sempre deixava sua calça no encosto da cadeira ao lado da cama; um dia eu vi dinheiro no bolso da calça dele, todo embolado, pequei uma nota e sai para a escola.
Não lembro bem quanto era, mas deu pra comprar muitas guloseimas, quebra queixo, pé de moleque... E arranjar muitos amigos!
Alguns dias depois voltei a fazer o mesmo, mas a calça estava dobrada no pé da cama, mas com os bolsos e o dinheiro a vista, titubeei...
Mas pequei outra nota, e foi só alegria nos dias seguintes, arrumei um monte de amiguinhos, puro interesses!
Depois acabou o dinheiro, acabou a popularidade... Os novos amigos? Passavam como se não me conhecesse.
Lá vou eu de novo; só que a calça já não se encontrava assim tão convidativa como antes,
estava dobrada, com os bolsos fechados e na cabeceira da cama (qual ele “dormia”) do lado do travesseiro;
Vendo aquilo e lembrando do braço pesado que ele tinha, não fui não!
Fiquei duro, porem inteiro!
Mais tarde, há poucos anos antes dele falecer, contei-lhe este episodio,
De onde ele me revelou que sabia, só estava vendo até onde eu iria,
Pra me pegar e arrebentar no pau...
Este era meu velho Pai, um sábio e eu não sabia!
Hoje eu sendo pai dou valor a ele, pois com o pouco dinheiro que ganhava nunca deixou faltar alimento em casa... Posso dizer nunca passei fome!
Quanto a caráter e honestidade tava ali um bom exemplo, não bebia nem fumava, um verdadeiro hombre.
Quanto à ignorância e brutalidade para com os filhos... Era com ele mesmo!
Perdão por vir a entendê-lo muito tarde... Meu pai!
Não vou disser que me envergonho deste fato, pois eu era criança e não sabia fazer o discernimento do certo e do errado ainda!
Guardei na memória esta lição para que nunca esquecesse!
Eu como vários brasileiros, hoje estou passando por uma fase difícil monetariamente,
Mas graças a Deus ainda mantenho a hombridade a honestidade e os amigos corretamente.
“Hoje eu sei que dinheiro não compra amigos, compra interesses!!!”


Gil Cuiabá

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